domingo, 25 de novembro de 2007

King Kong, de Peter Jackson



Um filme que, no geral, agradou mais os críticos que o próprio público, o longa presta uma homenagem ao primeiro King Kong, ignorando totalmente o dos anos 70. Talvez ainda detido em sua trilogia O Senhor dos Anéis, Peter Jackson elaborou um filme-evento numa escala incrivelmente equivalente, se não de universo, de trabalho realizado.

Além de sua capacidade criativa, de elaboração técnica e criativa, é contudo no nível da atuação que Jackson se distancia de, por exemplo, de um Michael Bay, George Lucas e Brett Ratner, e se aproxima a Spielberg, Ridley Scott e Sam Raimi. porque, no final das contas, é o ator que sustenta todo o aparato técnico a sua volta.

A mim, me parece que Jackson procura, com sua escala épica e absurdamente grande e alguns procedimentos do início do cinema, como as miniaturas, alterações de escalas, nos impressionar, e talvez, arrancar de nós a aflição infantil da grandiosidade do próprio cinema, que, com o tempo é diluída até o nível da descrença. ****

sábado, 24 de novembro de 2007

Leões e Cordeiros, de Robert Redfort


Redfort volta sete anos depois de seu último longa( Lendas da Paixão), com um filme-panfletário-anti-guerra, declaradamente anti-guerra. E é por tomar partido, que, pra mim, o filme ganha forma e não fica no lugar comum.

O filme é feito em três frentes, que ocorrem em momentos simultâneos: Professor tentando abrir a mente de aluno, dois soldados no Afeganistão e uma entrevista na sala de um senador americano.

Diálogos muito bons e elenco melhor ainda (em especial Tom Cruise e Meryl Streep). Esse parece ser o tom que as próximas produções terão daqui em frente. ***

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Os Filmes de Outubro


Na Cidade de Sílvia, de José Luis Guerín - 2
À Prova de Morte, de quentin Tarantino - 5
A Retirada, de Amos Gitai - 3
A Vida dos Outros, de Florian Henckel von Donnersmarck - 4
Café Lumiere, de Hou Hsiao-Hsien - 1
Caixas, de Jane Birkin - 2
Contos de Terramar, de Goro Miyazaki - 2
Crônica de Um Verão, de Jean Rouch - 4
Fargo, de Joel Coen - 3
Import/Export, deUlrich Seidl - 3
Minha Filha, Meu Anjo, de Alexis Durant-Brault - 1
Morte em Veneza, de Luchino Visconti - 4
Nem de Eva, Nem de Adão, de Jean Paul Civeyrac - 3
Notícias de Uma Guerra Partucular, de João Moreira Salles e Kátia Lund - 4
O Estado do Mundo, Vários - 1
One + One,de Jean-Luc Godard - 2
O Mundo, de Jia Zhang-Ke - 2
Paranoid Park, de Gus van Sant - 4
Persépolis, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud -4
Redacted, de Brian de Palma - 3
Senhores do Crime, de David Cronemberg - 3
Sukiaqui Western Django, de Takashi Miike - 2
Stardust, de Matthew Vaughn - 2
Tropa de Elite, de José Padilha - 4
Últimos Dias, de Gus van Sant - 3

sábado, 3 de novembro de 2007

Mostra SP

Bem, acabo de chegar de minha segunda mostra, vendo 18 filmes. Aqui os meus melhores, que, depois, deverei falar mais:

-À prova de Morte, de Quentin Tarantino- Numa das poucas coisas boas que Isabela Boscov já falou algum dia, à respeito de Kill-Bill, mas que serve direitinho neste filme também: "Ao contrário dos primeiros filmes do diretor, que iniciavam a platéia num idioma, este se dirige só a quem já é fluente nele. Agora as fantasias de Tarantino é que estão no comando. E o que elas produzem é um filme feito para uma confraria. Para quem faz parte dela, chega ao fabuloso. Para quem está de fora, só resta desejar boa sorte". Eu faço parte da confraria.

-Paranoid Park, de Gus van Sant- Minha maior surpresa na mostra, visto que não sou grande admirador do diretor. Retrabalhando novamenta a adolescência, Gus van Sant suspende a narrativa ao nível sensorial. Fazia tempo que não via uso tão forte dos sons e das imagens para mostrar a culpa de um jovem e seu estado de espírito. Muito bom mesmo.

-Lust, Caution, de Ang Lee- Primeiro filme após seu Oscar de Direção, aqui ele faz um espantoso uso da parte técnica para contar uma história que nem é tão boa assim. De altíssimo rigor visual, parecia que estava vendo um filme do cinema clássico (enquadramentos, cores, tom), junto a isso o melhor compositor do momento (Alexandre Desplat).

-Persépolis- Outra surpresa. Não que ele seja um manual para entender o atual momento do Orienete Médio, o que não é, mas como filme é muito bom.

-A Vida dos Outros- Mesmo sendo mais longo que deveria, e ser todo "quadradinho", gostei muito do filme. Começa melhor do que termina. Ainda não tenho muita certeza do que penso sobre ele.