domingo, 2 de dezembro de 2007

Filmes de Novembro

Cidade dos Homens, de Paulo Morelli - 2
King Kong, de Peter Jackson - 4*
King Kong, de Merian C. Cooper e Ernest B. Schodestack - 4
Leões e Cordeiros, de Robert Redfort - 3
Lust, Caution, de Ang Lee - 4
Pirinop, Meu Primeiro Contato, de Maria Corrêa e Karané Ikpeng - 2
Santo forte, de Eduardo Coutinho - 3

*Revistos

domingo, 25 de novembro de 2007

King Kong, de Peter Jackson



Um filme que, no geral, agradou mais os críticos que o próprio público, o longa presta uma homenagem ao primeiro King Kong, ignorando totalmente o dos anos 70. Talvez ainda detido em sua trilogia O Senhor dos Anéis, Peter Jackson elaborou um filme-evento numa escala incrivelmente equivalente, se não de universo, de trabalho realizado.

Além de sua capacidade criativa, de elaboração técnica e criativa, é contudo no nível da atuação que Jackson se distancia de, por exemplo, de um Michael Bay, George Lucas e Brett Ratner, e se aproxima a Spielberg, Ridley Scott e Sam Raimi. porque, no final das contas, é o ator que sustenta todo o aparato técnico a sua volta.

A mim, me parece que Jackson procura, com sua escala épica e absurdamente grande e alguns procedimentos do início do cinema, como as miniaturas, alterações de escalas, nos impressionar, e talvez, arrancar de nós a aflição infantil da grandiosidade do próprio cinema, que, com o tempo é diluída até o nível da descrença. ****

sábado, 24 de novembro de 2007

Leões e Cordeiros, de Robert Redfort


Redfort volta sete anos depois de seu último longa( Lendas da Paixão), com um filme-panfletário-anti-guerra, declaradamente anti-guerra. E é por tomar partido, que, pra mim, o filme ganha forma e não fica no lugar comum.

O filme é feito em três frentes, que ocorrem em momentos simultâneos: Professor tentando abrir a mente de aluno, dois soldados no Afeganistão e uma entrevista na sala de um senador americano.

Diálogos muito bons e elenco melhor ainda (em especial Tom Cruise e Meryl Streep). Esse parece ser o tom que as próximas produções terão daqui em frente. ***

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Os Filmes de Outubro


Na Cidade de Sílvia, de José Luis Guerín - 2
À Prova de Morte, de quentin Tarantino - 5
A Retirada, de Amos Gitai - 3
A Vida dos Outros, de Florian Henckel von Donnersmarck - 4
Café Lumiere, de Hou Hsiao-Hsien - 1
Caixas, de Jane Birkin - 2
Contos de Terramar, de Goro Miyazaki - 2
Crônica de Um Verão, de Jean Rouch - 4
Fargo, de Joel Coen - 3
Import/Export, deUlrich Seidl - 3
Minha Filha, Meu Anjo, de Alexis Durant-Brault - 1
Morte em Veneza, de Luchino Visconti - 4
Nem de Eva, Nem de Adão, de Jean Paul Civeyrac - 3
Notícias de Uma Guerra Partucular, de João Moreira Salles e Kátia Lund - 4
O Estado do Mundo, Vários - 1
One + One,de Jean-Luc Godard - 2
O Mundo, de Jia Zhang-Ke - 2
Paranoid Park, de Gus van Sant - 4
Persépolis, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud -4
Redacted, de Brian de Palma - 3
Senhores do Crime, de David Cronemberg - 3
Sukiaqui Western Django, de Takashi Miike - 2
Stardust, de Matthew Vaughn - 2
Tropa de Elite, de José Padilha - 4
Últimos Dias, de Gus van Sant - 3

sábado, 3 de novembro de 2007

Mostra SP

Bem, acabo de chegar de minha segunda mostra, vendo 18 filmes. Aqui os meus melhores, que, depois, deverei falar mais:

-À prova de Morte, de Quentin Tarantino- Numa das poucas coisas boas que Isabela Boscov já falou algum dia, à respeito de Kill-Bill, mas que serve direitinho neste filme também: "Ao contrário dos primeiros filmes do diretor, que iniciavam a platéia num idioma, este se dirige só a quem já é fluente nele. Agora as fantasias de Tarantino é que estão no comando. E o que elas produzem é um filme feito para uma confraria. Para quem faz parte dela, chega ao fabuloso. Para quem está de fora, só resta desejar boa sorte". Eu faço parte da confraria.

-Paranoid Park, de Gus van Sant- Minha maior surpresa na mostra, visto que não sou grande admirador do diretor. Retrabalhando novamenta a adolescência, Gus van Sant suspende a narrativa ao nível sensorial. Fazia tempo que não via uso tão forte dos sons e das imagens para mostrar a culpa de um jovem e seu estado de espírito. Muito bom mesmo.

-Lust, Caution, de Ang Lee- Primeiro filme após seu Oscar de Direção, aqui ele faz um espantoso uso da parte técnica para contar uma história que nem é tão boa assim. De altíssimo rigor visual, parecia que estava vendo um filme do cinema clássico (enquadramentos, cores, tom), junto a isso o melhor compositor do momento (Alexandre Desplat).

-Persépolis- Outra surpresa. Não que ele seja um manual para entender o atual momento do Orienete Médio, o que não é, mas como filme é muito bom.

-A Vida dos Outros- Mesmo sendo mais longo que deveria, e ser todo "quadradinho", gostei muito do filme. Começa melhor do que termina. Ainda não tenho muita certeza do que penso sobre ele.

sábado, 20 de outubro de 2007

Os Filmes de Setembro

A Doce Vida, de Federico Fellini - 3
A Hora da Estrela, de Suzana Amaral - 2
Amarcord, de Federico Fellini - 4
E La Nave Va, de Federico Fellini - 3
Estrada Perdida, de David Linch - 3
Fogo Contra Fogo, de Michael Mann - 4
Oito e Meio, de Federico Fellini - 5
Os Idiotas, de Lars von Trier - 5
Medos Privados em Lugares Públicos, de Alan Resnais - 2
Monty Phyton em Busca do Cálice Sagrado, de Terry Gilliam - 4
Corações e Mentes, de Peter Davis - 3
Irma Vep, de Olivier Assayas - 3

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Fogo Contra Fogo, de Michael Mann


Digamos que Michael Mann procura não só fazer um filme de ação nos moldes habituas que Hollywood costumeiramente cobra desse tipo de filme como consegue como poucos se manter no esquema do cinemão americano (seu último filme, Miami Vice, é orçado em torno de U$140 milhões) e estruturar seus filmes com uma visão autoral que permite não só dialogar entre seus filmes como estimular o gênero como um todo.
O que mais me chama a atenção nesse filme e o que normalmente me identifico em seus filmes se resume ao papel estético que a cidade tem para Mann. Nesse filme Los Angeles aparece em longas tomadas noturnas de imenso impacto, junto as grandes avenidas e auto-estradas, grande parte das vezes mostradas de forma gráfica e conciza.frequentemente a cidade aparece como pano de fundo de várias casas e cenários. Num determinado momento do filme, o personagem de Robert De Niro e futura namorada conversam numa varanda de frente para a cidade, que acaba por ocupar toda a volta do plano, transbordando luz e quase que pedindo para ser notada. É interessante notar que de um certo modo essa sua preocupação se aprofunda se compararmos esse filme a Colateral, filme em que Los Angeles realmente é mostrada de forma completamente estilizada com a ajuda da imagem digital e participa intensamente de todo conceito que o filme, sendo de certa forma esmiuçada pela frenética correria dos personagens. ****

domingo, 9 de setembro de 2007

E La Nave Va, de Frederico Fellini


Um dos últimos filmes de Fellini, E La Nave Va se mostra quase que como se despedindo do público, onde a melancolia se junta à nostalgia de uma viagem afim de jogar as cinzas de uma cantora que todos a bordo a admiravam. Aqui já se demonstra um certo gasto com as fantasias que o diretor se abituou a mostrar na tela, um ritmo um pouco mais lendo que o habitual, mas a Direção de Arte, de Dante Ferreti, absurdamente estilizada, intensificando o ar operístico do filme, transforma a viagem num grando sonho. E quem consegue não se admirar com uma imagem como a mostrada acima ? ***

domingo, 2 de setembro de 2007

Os Filmes de Agosto

13 Distrito, de Pierre Morel - 2
Barton Fink, de Joel e Ethan Coen - 3
Blow Out, de Brian De Palma - 3
Close-up, de Abbas Kiarostami - 4
Duro de Matar 4.0, de Len Wiseman - 3
Estamira, de Marcos Prado - 3
Estranhos no Paraíso, de Jim Jarmusch - 3
Gritos e Sussurros, de Ingmar Bergman - 4
Nanook, de Robert Flaherty - 3
O Homem ComUma Câmera, de Dziga Vertov - 4*
Planet Terror, de Robert Rodriguez - 3
Ratatouille, de Brad Bird - 4
Simpsons-O Filme, de Davis Silverman - 3
Stanley Kubrick, Imagens de Uma Vida, de Jan Harlan - 5
Videodrome, de David Cronenberg - 3
*Revistos

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Ratatouille, de Brad Bird

Era de se suspeitar da permanência da capacidade de imaginação e inovação da Pixar, primeiro porque foi recém comprada pelo grupo Disney e não sabíamos qual poder de interferência do grupo e segundo, pelo longa anterior da Pixar: Carros, que foi considerado um filme mediano em comparação aos anteriores da empresa. Ratatouille, além de ser um deslumbre visual, se coloca como um dos principais filmes feitos poe eles.

Apesar de estilizado, Remy, o ratinho que protagoniza o filme não se parece com um rato de boutique, (como, por exemplo Mickey?) ele aparenta ser um ratinho comum e isso poderia se transformar num grande risco para o sucesso do longa, visto que esse rato quer cozinhar num grande restaurante. Isso tudo além de estranho soa forçado, e o modo com que isso foi trabalhado é que completa o filme provoca lembranças dos antigos desenhos da Disney, por exemplo, em que o lúdico se encontra com o inimaginável aparecem várias vezes durante o longa como: Remy guiando o aspirante a cozinheiro pelos cabelos, o exército de ratos perseguindo o ex-chefe de cozinha do restaurante e ajudando nos afazeres da cozinha, e com as mãos limpas!

É lugar comum mencionar o capricho que cada animação da Pixar promove e cada filme avança horrores na questão técnica e Ratatouille não foge a regra: do acerto na concepção dos cenários e enquadramentos, no ritmo da narrativa, na transposição de uma Paris cotidiana e idealizada(alguns cenários externos chegam a parecererm reais), e ao acerto em caricaturar os personagens humanos de forma a fácil identificação. ****



sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Transformers, de MichaelBay

Transformers é o ápice da carreira de Michael Bay. Acho que foi a primeira vez que a crítica(não consigo entender) aprovou o longa que parece ser a grande sensação da temporada. Duas hora e meia de muito barulho, cortes toscos e um fiapo de história. O que no começo talvez se desenhasse algo de bom ao filme tentar não se levar à sério logo vira (de novo), numa blá-blá-blá militarista de quinta no qual Bay é um mestre. Tenho de admitir que os efeitos dos robôs são bons, bons apenas pois de tão detalhados e com a ajuda da montagem vertiginosa não proporciona fácil identificação. A câmera lenta é utilizada de forma covarde pois não está lá para provocar algum tipo de inflexão mais profunda e sim observarmos o quão difícil foi fazer aquele caos todo. **

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Os Filmes de Julho

A Cor do Dinheiro, de Martin Scorcese - 3
Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore - 4*
Filhos da Esperança, de Alfonso Cuarón - 4
Harry Potter e a Ordem da Fênix - 3
Lavoura Arcaica, de Luís Fernando Carvalho - 5*
Munique, de Steven Spielberg - 5*
Notas sobre um Escândalo, de Richard Eyre - 3
Paris, Texas, de Win Wenders - 3
O Desespero de Veronica Voss, de Rainer Werner Fassbinder - 3
Os Produtores, de Susan Stroman - 1
Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado - 3
Rocco e seus Irmãos, de Luchino Visconti - 5
Tempo de Guerra, de Jean-Luc Godard - 2
Transformers, de Michael Bay - 2
Vestida para Matar, de Brian De Palma - 3
*Revistos

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Munique, de Steven Spielberg

Munique faz parte da categoria de filmes "sérios" de Spielberg, como A Cor Púrpura, A Lista de Shindler e Amistad, podendo se destacar nesse grupo talvez como o mais sério, mais difícil e mais coeso de sua filmografia.
Ao mexer nesse vespeiro da disputas de terra entre Israel e, a partir dos eventos ocorridos durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, Spielberg consegue acertar um ponto chave para o sucesso do longa: não tomar partido. Isso não significa ficar em cima do muro ou simplismente não adentrar demais nas raízes do problema, mas de um modo simples até, dizer que ambos os lados estão certos ou errados, dependendo do grau de rancor de cada um.
A família, ponto central dos filmes de Spielberg continua lá, mas não detêm o mesmoa mesma forma ou função de outros filmes seus. Ao aceitar liderar um esquadrão de vingança aos palestinos, o protagonista não questiona só o fato de uma futura recompensa e independência financeira, ele precisa defender sua pátria(família) e fazê-la merecer respeito.
Munique representa de certa forma uma ruptura da recente fase de Spielberg, onde, se o clima triste e melancólico continua, sai o tom asséptico 'a la Kubrick ' que se fez presente em A.I, Minority Report, Prenda-me se for Capaz e Guerra dos Mundos e dá lugar a um caos de informações, de poluição visual, de uma ação quase documental.
Spielberg trabalha com talvez o melhor diretor de fotografia, pelo menos meu favorito: Janusz Kaminski, que aqui se supera, novamente. Habituado com o uso da intensificação da luz clara invadindo os ambientes, da translucidez, em Munique o tom cinzae alarenjado aparecem de um modo que eu nunca tinha visto. Há um quê de sufocamento nessa iluminação, e juntando a isso os planos muito bem sintetizados da dupla. *****

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Os filmes de Junho

A Marca da Maldade, de Orson Welles - 4
Cão se Dono, de Beto Brant - 3
Cidadão Kane, de Orson Welles - 4
Conceição, Autor bom é autor morto, da (UFF) - 2
Crônica de Anna Magdalena Bach, de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet - 2
Luz de Invierno, de Alexandro Arroz - 2
Proibido Proibir, de Jorge Durán - 3
Os doze trabalhos, de Ricardo Elias - 1
Quem bate à minha porta?, de Martin Scorcese - 3*
Santiago, de João Moreira Salles - 4
Zodíaco, de David Fincher - 3


segunda-feira, 18 de junho de 2007

A Pedra do Reino, de Luís Fernando Carvalho


Indo na contra mão do processo de "mexicanização" das produções da Globo que antes se limitavam às suas telenovelas, mas nos últimos anos tem frequentado também suas minisséries, antes produto de teor mais refinado mas que hoje diferencia-se da novela apenas pelo seu "verniz artístico", Luís Fernando mais uma vez rende seu trabalho à experimentação e à busca pelo não acomodamento da televisão aberta no Brasil.

Seu novo projeto, intitulado Quadrante, pretende traçar um painel dos quatro cantos do país através de transposição de obras literárias regionais, com a participação de atores da própria região em busca de uma valorização da nossa miscigenação cultural.

Se em Hoje é dia de Maria Luís Fernando ousou a novidade do experimentalismo cênico como peça fundamental, A Pedra do Reino se aventura na desfragmentação da narrativa,vários tempos acontecendo hora em devaneios, hora em transposições de lugar, nunca a opção mais fácil, mas sim pedida diante dessa exuberante adaptação. Não acredito que algo de tamanha impacto visual tenha aparecido em nossa televisão aberta na última década. A fábrica de sonhos deu lugar, pelo menos por uma semana, para o artesanato, para a ousadia de impor o barroco em uma arena sertaneja, da troca do falso sotaque nordestino falado por cariocas por, aí sim, um "sotaque nordestino estilizado feito pelos próprios nordestinos", pois não se pode deixar de lado a experência de representer algo que lhe é seu por pertencer a ele.

Seu próximo passo é transpor Dom Casmurro, de Machado de Assis, provavelmente para o trimentre final. *****

sábado, 2 de junho de 2007

Os filmes de Maio
Acossado, de Jean-Luc Godard - 5
A Chinesa, de Jean-Luc Godard - 3
Maria Antonieta, de Sofia Coppola - 5*
Número 23, de Joel Shumacher - 3
O Homem-Aranha 3, de Sam Raimi - 4
Pickpocket, de Robert Bresson - 3
Santiago, de João Moreira Salles - 4
Traffic, de Steven Soderbergh - 3*
*Revistos

terça-feira, 15 de maio de 2007

Maria Antonieta, de Sofia Coppola


-A beleza da futilidade-

Vez ou outra no cinema aparecem filmes que não se contentam só em contar uma história, mas aplicar o ponto de vista do autor sobre ele, contando algo já conhecido ou não. Cria-se então algo híbrido, algo que normalmente rompe de certa forma com o esperado e se une a recursos antes não aceitáveis para que aquela estrutura viessa a ser mostrada. Junto a isso vem o risco de se afundar sobre sua própria ambição. Considero que recentes filmes como Cruzadas, Coracão de Cavaleiro e Moulin Rouge se encaixem nesse perfil, sendo que apenas o último corresponda e supera as expectativas. A meu ver, Maria Antonieta entra para esse grupo e, como Moulin Rouge, atinge sua proposta.

Diretora de grande apuro visual e de sensibilidade musical, Sofia Coppola faz um filme considerando que Maria Antonieta seria uma mercadoria liberada da Áustria diretamente para a corte francesa. Encapsulada pela distância da família, frieza do marido e repulsa pelo "estilo-de-vida-da-corte", Maria Antonieta cria para si um universo próprio. A maneira de Sofia mostrar esse universo se transmite em : música cotemporânea (principalmente a dos anos 80), figurinos que de tão trabalhados que nos dão a impressão de um conto de fadas, montagem acompanhado a cadência da trilha, com certos momentos mais parecendo um imenso videoclipe. Aqui vale ressaltar seu acerto na escolha das músicas, que não só se resolvem como se tornam algo único, não dando para pensar em dissociá-las das cenas. Nos aspéctos técnicos o comparo a Barry Lindon, com visual exuberante das roupas, cenários riquíssimos, diferenciando na fotografia, que em Barry Lindon é amplamente baseada na iluminação natural e em Maria Antonieta é criado um aspecto "plástico", um excesso, quase que como que se as pinturas que retratam a corte ganhassem vida.


A diretora retoma aqui muitas aspectos de seu filme anterior Encontros e Desencontros, onde Charlotte, longe da família e num casamento problemático se perde nas ruas de Tóquio procurando sentido a sua vida. De certa forma Sofia faz de Charlotte e Maria Antonieta uma só. Ambas perdem seu olhar no horizonte, uma na Tóquio cosmopolita, outra nos imensos jardins franceses. As festas se repetem, incluindo ai as músicas. Ela basicamente "conta a mesma história" seja no Japão atual ou na corte francesa do século XVIII.


O filme é acusado de ser superficial. E é extremamente superficial, diferenciando bastante de filmes passados em época semelhante, onde o fardo de se mostrar um grande fato ou passagem é mostrado por vezes de forma acadêmica e engessada. Em Maria Antonieta não, não há essa proposta em nenhum momento, o fio narrador reside em Maria do início ao fim, inocentando-a de tudo qua acontecia ao seu redor por pura ignorância do que acontecia a sua volta pelo isolamento da corte com a população. Enfim, Sofia nos deu nova visão de uma das personagens mais marcantes da história recente. Se não foi bem assim, isso é cabe aos historiadores discutir, não a arte. *****


terça-feira, 1 de maio de 2007

Os Filme se Abril

300, de Zack Snyder - 3
Amadeus, de Milos Forman - 5*
Amantes Constantes, de Philippe Garrel -3
Cartas de Ivo Jima, de Clint Eastwood - 2
Evil Dead, A Morte do Demônio, de Sam Raimi -1
Happy Feat - de George Miller - 3
Ladrões de Bicicleta, de Vittorio de Sica - 4
O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia - 4
O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein -4*
Maria Antonieta , de Sofia Coppola - 5
Viagem à Itália, de Roberto Rossellini - 3
*Revistos

domingo, 8 de abril de 2007

Filmes de Março

A Lista de Schindler, de Steven Spielberg - 4*
A Rainha, de Stephen Frears- 3
Entreato, de René Clair - 4
Memórias de Uma Gueixa, de Rob Marshal - 3*
O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene - 3*
Prenda-me Se For Capaz, de Steven Spielberg - 4*
Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel - 4*
*Revistos

sábado, 3 de março de 2007

A Dama da Água, de M. Night Shyamalan

[A-dama-na-agua-3.jpg]



Esse foi um filme em que aguardei com grande ansiedade pois, além de gostar dos filmes anteriores do diretor, as informações obtidas pelos trailers e sites era que ele mostraria um conto lúdico, infantil até, que diferenciaria um pouco de suas obras anteriores. Tinha brigado dom a Disney por se não ceder a pressões e manter fiel ao seu argumento, ponto a favor, pois sempre é bom sabermos que um determinado filme segue uma linha autoral. Mas, vendo o filme, (já nos seus 15 minutos) minhas ilusões haviam se dissipado completamente. Eu via a cada 5 minutos um aconteciamnto incompreencível na tela, e a coisa toda ia ganhando ares de comédia mal focada. Tudo para mim soou estranho, desde a fotografia (ao passo que o poster do filme é um dos melhores ja vistos por mim) para mim problemática e pelo roteiro esquisitíssimo que vai se desenrolando de uma forma esquemática e burra, na minha opinião. Nunca vi James Newton Howard tão sem inspiração.
Para mim, a câmera de Shyamalan sempre foi um elemento importante em seus filmes pela ousadia e novidade: planos diefrenciados, com sua "pegada", seu tempo, mas que em A Dama da Água perdeu a mão, se tornando algo pedante e confuso de se ver. A história melhora um pouco conforme o filme avança, mas infelizmente não compreendi a proposta do diretor: fazer um conto de fadas em que ele não nos da nada de lúdico, nos "pede" para acreditar nessa história sem nos dar recursos para nós a acharmos razoavelmente crível, e um punhado de atores coadjuvantes construidos de forma caricata com falas apenas para nós montarmos nosso quebra-cabeça quando eles finalmente forem decisivos para o desfecho. Paul Giamatti e Bryce Dallas se esforçam, acho que o papel de Giamatti o melhor construído, tanto pelo ator como pelo caminho de seu personagem, mas isso apenas não basta para se possuir envolvimento. Labirinto do Fauno vai bem nesse sentido.
Essa não é minha opinião final, sei que preciso ver de novo, sei que muita gente gostou. Shyamalan marece outra chance. **

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Filmes de Fevereiro
A Dama da Água, de M. Night Shyamalan - 2
Caminhos Perigosos, de Martin Scorcese - 4*
Jurassic Park, de Steven Spielberg - 4*
Manderlay, de Lars von Trier - 4 *
Miami Vice, de Michael Mann -2
Minha Super Ex-namorada, de Ivan Reitman - 0
O Perfume, de Tom Tykwer - 3
Os Bons Companheiros, de Martin Scorcese - 5*
Quem Bate à Minha Porta, de Martin Scorcese - 3
Taxi Driver, de Martin Scorcese - 4
Touro Indomável, de Martin Scorcese - 5*
Vem Dançar Comigo, de Baz Luhrman - 3
*Revistos

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Volver, de Pedro Almodóvar


É engraçado como ao vermos os filmes de Almodóvar parece que estamos vendo vizinhos, amigos, compadres, tamanha cumplicidade, de ações e de falas, que não nos parecem vir de um local muito frequentado. Depois de dois filmes que focam o universo masculino(Fale com Ela e Má Educação), Pedro Almodóvar volta a narrar sua história através de mulheres, fazendo um filme tão bom quanto seus últimos. É engraçado como ele consegue fazer um filme de com clima homoerótico, tenso, angustiante e carregado e, em seguida, uma "comédia" com comadres, vizinhas que, ao vermos, nos parecem ser conhecidas à tempos.

Muito foi dito sobre seu amadurecimento cinematográfico de alguns filmes prá ca, quando ele absorveu o melodrama como ponto fundamental de seu roteiro, mas com Volver você assiste, pensa, é um drama?comédia?...os dois?
Assistindo duas vezes não consegui definir, e constatei que mais pessoas não conseguiram: o site the numbers.com o classifica como comédia, o IMDB como comédia/drama e o Globo de Ouro concedeu a Penélope Cruz uma indicação de Atriz em drama.
Todas as atrizes funcionam bem mas Penélope Cruz puxa todos os holofotes para si, com uma grande atuação, pelo menos a melhor que eu vi, de sua carreira. As mulheres de Almodóvar não são 'ou santas ou demônios' são mulheres, que mentem de vez em quando, que falam das outras de vez em quando e que se entendem e se ajudam. *****